terça-feira, 4 de setembro de 2012

Olimpíada de Língua Portuguesa


Título: Menina Levada

Sinto saudades do meu tempo de menina levada, de quando eu morava nesta cidade sem pavimentação e meus pés doíam de andar naquele chão vendendo pastéis.
Quando chegava em casa, minha mãe estava botando a roupa para quarar e meu pai e meus irmãos estavam na lavoura colhendo café e algodão.
Depois de sair da lavoura íamos brincar de pega-pega e esconde-esconde. A seguir a gente se separava: os meninos iam brincar de bets e as meninas de casinha e de boneca de sabugo de milho.
Lembro-me certa vez quando de repente, pisei num espinho de flor primavera e tive de fazer uma cirurgia para tirá-lo. Tenho a cicatriz até hoje.
Aos meus doze anos fui trabalhar como babá. Quando chegava em casa reunia os amigos para irmos num sitio tomar banho de cachoeira. Que rio maravilhoso! Aquela água gelada descendo pelo meu corpo! Quando saíamos da cachoeira, deitávamos na beira do rio e começávamos a contar piadas. Lembro-me como se fosse hoje!
As vezes íamos para o baile dançar ao som do Wando. Recordo-me de um trecho da música: “Você é luz, é raio, estrela e luar...”. Quantas moças suspiravam ao dançar essa música coladinho com outros rapazes!
Na época da quadrilha nós dançávamos caracterizados como caipiras, cada um mais engraçado que o outro!
Ainda sinto saudades e se pudesse inventaria uma máquina do tempo, mas como não posso, fico aqui suspirando pelo meu tempo de menina levada.

Autora: Julia da Silva Marto – 7º Ano B

Olimpíada de Língua Portuguesa


Título: As crianças que transformam
Mais um dia como outro qualquer, eu voltava para casa após um longo dia de aula, até que algo me chamou a atenção, eram três meninos pequenos, sujos e de pés descalços (aparentando ter entre 5 e 7 anos) que corriam, soltando pipa e rolando na areia, inocentes, puros, vivendo a magia de ser criança.
Lembrei-me então de como a tecnologia vem roubando a infância de nossas crianças, e quando vi aqueles meninos me perguntei: “Onde estava escondida àquela inocência, pureza, magia da infância”?
Até aquele momento eu já estava quase certa de que ser criança não era mais correr, jogar bola, brincar de boneca, fingir-se de super herói, mas sim viver em função de tal celular que toma conta do lar da garotada tirando o lugar das brincadeiras, das motos de todos os modelos e cores que roubam a cena tirando o lugar da velha bicicleta de sempre, dos games, televisores e computadores que deixam para trás os brinquedos e dos amigos virtuais ou personagens de jogos.
Fiquei por um instante observando aquelas crianças, e percebi quando um homem sujo e aparentemente cansado aproximou-se delas, que correram a seu encontro beijando-o, abraçando-o e chamando-o de papai. Fiquei emocionada ao ver o amor daquela família e feliz ao ver uma expressão de cansaço transformar-se em um belo sorriso.
De repente notei que já era tarde e resolvi seguir para casa, mas fui com a certeza de que as tecnologias proporcionadas pela ciência nunca transformarão tanto quanto o amor de uma criança.

Aluna: Ayesa Cristina dos Santos 1º EM A

Olimpíada de Língua Portuguesa


           Título: Mudaram os valores? O que gera tanta violência envolvendo adolescentes?

Sente-se que há uma mudança radical em nossa sociedade atual. Crianças, adolescentes e jovens vivem perdidas. Mudaram os valores? O que acontece? Quem são os culpados de tanta marginalidade envolvendo jovens em torno de quinze anos?
Penso que, os valores continuam os mesmos, apenas não são repassados. Muito tem a ver com pais que trabalham e deixam os filhos a Deus dará. Também separações, pais envolvidos em crimes, falta de planejamento na concepção dos filhos e leis mal interpretadas, acreditando que, por não poder bater, os pais não põe limites, falta de amor.
Para que os valores morais de uma sociedade sejam retomados, é preciso que se inicie com uma retomada da família, de suas responsabilidades, desde planejar a família e saber as responsabilidades que são da família e de passar valores de bem viver em uma sociedade. Se fosse olhar isso com responsabilidade não aconteceria gravidez impensada e os filhos seriam mais obedientes, estudando e compreendendo que uma postura decente auxiliará na melhora de seu futuro. Saberão fazer escolhas responsáveis, evitando marginalidade.
Assim sendo, não haveria tantas separações, onde quem mais sofre são os filhos, porque eles não aceitam. Isso gera uma baixa autoestima nos filhos, revoltas e angustias, tornando eles revoltados e desinteressados em fazer as coisas corretas, como estudar e respeitar os outros.
Outra coisa é que os pais se esqueceram de amar, de demonstrar amor, os filhos crescem sendo rejeitados, muitas vezes são um estorvo na vida dos pais. Faltam tão pouco, os valores básicos, como dizer um bom dia, pedir desculpas, com licença, por favor e obrigado. São indivíduos que não receberam e não sabem usar. Não tem para dar, com isto, vão buscar chamar atenção, Dizer: “eu estou aqui”, com violências, buscando em drogas preencher esta angústia, esta falta de amor.
Por isso, acredito que é preciso fazer ou haver uma conscientização, primeiramente dos pais e depois da sociedade, para que se posa diminuir a violência que gera medo e muita desgraça entre as pessoas.
Autor: Artur Maurício Nilson – 3º EMA