Título:
Menina Levada
Sinto saudades do meu tempo de menina
levada, de quando eu morava nesta cidade sem pavimentação e meus
pés doíam de andar naquele chão vendendo pastéis.
Quando chegava em casa, minha mãe estava
botando a roupa para quarar e meu pai e meus irmãos estavam na
lavoura colhendo café e algodão.
Depois de sair da lavoura íamos brincar
de pega-pega e esconde-esconde. A seguir a gente se separava: os
meninos iam brincar de bets e as meninas de casinha e de boneca de
sabugo de milho.
Lembro-me certa vez quando de repente,
pisei num espinho de flor primavera e tive de fazer uma cirurgia para
tirá-lo. Tenho a cicatriz até hoje.
Aos meus doze anos fui trabalhar como
babá. Quando chegava em casa reunia os amigos para irmos num sitio
tomar banho de cachoeira. Que rio maravilhoso! Aquela água gelada
descendo pelo meu corpo! Quando saíamos da cachoeira, deitávamos na
beira do rio e começávamos a contar piadas. Lembro-me como se fosse
hoje!
As vezes íamos para o baile dançar ao
som do Wando. Recordo-me de um trecho da música: “Você é luz, é
raio, estrela e luar...”. Quantas moças suspiravam ao dançar essa
música coladinho com outros rapazes!
Na época da quadrilha nós dançávamos
caracterizados como caipiras, cada um mais engraçado que o outro!
Ainda sinto saudades e se pudesse
inventaria uma máquina do tempo, mas como não posso, fico aqui
suspirando pelo meu tempo de menina levada.
Autora: Julia
da Silva Marto – 7º Ano B
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